quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Por quê Pilates?

Vivemos no tempo da falta de tempo, nos perdemos em meio a compromissos, rotina, e tendemos a apertar o botão do piloto automático.
Buscamos facilidades, comodidade, praticidade, conforto, o mundo precisa se adaptar a nós.
O momento é de decisões rápidas, aqui e agora, nem dá pra pensar no depois e nas conseqüências, o fato é que vivemos apagando incêndios das decisões mal tomadas do dia ou da semana anterior, e é sempre: ”depois a gente vê”. A gente vai levando, sem refletir, sem voltar a trás, o que importa é o futuro e o que passou, passou.
Ultimamente a única coisa capaz de nos tirar deste ritmo acelerado é uma dor, mas não qualquer dor, porque dependendo a gente até se acostuma e vai convivendo com uma dorzinha aqui, outra ali. É preciso que a dor nos jogue numa cama para que percebamos o quanto nosso corpo sofre as conseqüências de se viver uma vida focada em resultados imediatos, desequilíbrio e desatenção.
Ás vezes é preciso parar, diminuir a marcha, mudar de direção, repensar certos conceitos e não somente “raciocinar” ou “calcular” ou “argumentar”, mas, sobretudo dar sentido ao que somos e ao que nos acontece.
Na maioria das vezes essas reflexões nos levam ao desejo de mudança, e tendemos a buscar em primeiro lugar uma mudança externa, então corremos ao salão de beleza, lotamos as lojas de sapatos, as lojas de roupas e as academias, queremos resultados rápidos, queremos que uma vida inteira de descaso conosco se converta em apenas uma semana de abdominais ou 40 minutos na cadeira do cabeleireiro.
Porque querer investir tão pouco em algo tão fundamental como nossa alma, nosso corpo e nosso espírito?
Por que insistir em um ritmo acelerado se é justamente ele que vem nos fazendo perder coisas essenciais do dia a dia?
Por que ao invés de escolhermos justamente ir mais rápido na esteira, na bicicleta, na natação ou dança, não escolhemos algo que quebre este ritmo acelerado ao qual estamos inseridos diariamente, como que vitimas do próprio relógio, onde a quantidade é sempre privilegiada em detrimento da qualidade?
Ao tentar responder esta questão cheguei ao Pilates. Descobri algo relaxante, que me ensinou a respirar corretamente, além de me alongar, melhorar minha postura e definir meu corpo, trazendo à minha vida uma leveza que eu desconhecia.
Então o Pilates veio com uma proposta oposta à da academia, pois me ofereceu um ambiente calmo, silencioso com poucas pessoas e, o que na minha opinião é o mais importante, sem aquela competitividade de corpos esculturais e egos exacerbados.
Por uma hora eu consigo me concentrar na coisa mais importante, porém a mais esquecida em meio a esse turbilhão de atividades diárias, eu mesma.