sexta-feira, 26 de outubro de 2012

PILATES x CANCER




Treinamento resistido e Câncer



Foto: Photoxpress
Por Aline Mendonça
Fisioterapeuta CREFITO 35432F e Professora de Ballet
Especialista em Clínica da Dor, Fellow do Programa Cancer Nutriton Rehabilitation Program – CanadáDiretora técnica do ActivePilates Brasil
O câncer é o tumor de caráter maligno e caracterizado pelo acúmulo de célulasanormais, com a possibilidade de se expandir para outros tecidos do corpo e promover alteração nas suas funções.


Um dos maiores efeitos colaterais do tratamento para o câncer e também deletérios da doença oncológica é a Fadiga Relacionada ao Câncer (FRC), uma sensação subjetiva e persistente de diminuição de energia e de cansaço que não melhora com o repouso e que interfere na capacidade funcional do indivíduo. Oitenta por cento ou mais dos doentes oncológicos têm identificado o problema da fadiga como principal causa do seu mal estar.


A FRC é de etiologia complexa e multifatorial. Pode ocorrer por causa:


• seqüela da malignidade;
• anemia – 40% dos pacientes tornam-se anêmicos após o terceiro ciclo de quimioterapia;
• caquexia;
• toxicidade da terapia;
• lesões provocadas pelo tratamento;
• alterações psicológicas.

Embora não exista evidência que demonstre a segurança da prática de exercícios físicos pelos portadores de câncer, muito já se tem publicado sobre a efetividade do exercício principalmente tendo como desfecho a FCR.


Boa parte destes estudos dedicou atenção especial aos efeitos do exercício aeróbio. No entanto, um dos principais quadros associados a FCR é caracterizado pela astenia generalizada proporcionada pela caquexia. Embora se reconheça a importância da atividade aeróbia para o paciente com câncer, especificamente sobre a caquexia não é claro e nem muito lógico o tipo de contribuição desta forma de exercício.


Dessa forma, preocupados com a caquexia e seus efeitos (como a perda de força, acentuação do sedentarismo, dentre outros), diversos estudos verificaram a efetividade dos exercícios resistidos no tratamento da FCR, priorizando assim um tipo de exercício capaz de estimular o aumento da massa muscular e de reduzir a degradação protéica.


Além disso, dois outros aspectos também merecem atenção por seus efeitos deletérios sobre a capacidade funcional dos pacientes com câncer: 1) alteração do equilíbrio e da coordenação motora promovida pelo estado de debilidade do paciente, e 2) a restrição de movimentos imposta pelo tratamento, como ocorre com o câncer de mama.


Sendo assim, o programa de exercícios para o paciente com câncer deve estimular de forma diversificada a melhora da coordenação, o equilíbrio, a consciência corporal e a flexibilidade. Por estas razões, ou seja, pela promoção do aumento da massa, da resistência, da força muscular, da qualidade da propriocepção, do equilíbrio, da coordenação, da estabilidade, da segurança, da independência, do controle, do humor, da capacidade funcional... se torna oportuno propor que o Pilates deva ter destaque em um programa de exercícios para o paciente com câncer, tendo em vista que todas estas necessidades de estímulos são plenamente contempladas através da prática do Método Pilates em todas as suas nuances.
Vale ressaltar a necessidade de se pensar em exercícios e aulas que ocorram dentro de limites de segurança, realizados de forma lúdica, preferencialmente em grupos (para tornar a atividade ainda mais estimulante), mas com atenção e acompanhamento individualizados.

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