quarta-feira, 19 de dezembro de 2012




Mágoa de um amigo que roubou a sua namorada? Ou do chefe que promoveu o colega e ignorou o seu potencial? Depois da raiva, da humilhação e da decepção, é comum sentirmos um desejo de vingança, uma vontade de virar o jogo, de ir à forra e mostrar para as pessoas que elas tomaram uma decisão errada. Mas será que esse sentimento é prejudicial? Depende... Segundo os psicólogos, se for sem exageros, ele pode te trazer benefícios!
 

O que é esse sentimento?

 
“A vontade de se vingar surge como uma reação natural do ser humano quando se sente injustiçado. Nessa relação, há sempre o ofensor – que, muitas vezes, nem percebe o que causou – e o ofendido – que, depois de uma grande frustração, resolve partir para a revanche. Existem diversos exemplos dessa situação, como a garota que levou um fora do namorado e emagrece para chamar a atenção dos outros homens e deixar o “ex” arrependido. Ou o funcionário determinado a se superar no trabalho para provar ao chefe que ele merecia a promoção”, explica a psicóloga Marisa de Abreu.
 
Essas são vinganças inofensivas, pois não causam danos a ninguém. Mas é importante não exagerar nos planos de revanche nem acreditar que a dor e a decepção só passarão depois que “der o troco” e causar algum mal àquele que considera seu ofensor para não se tornar um vingativo perigoso.  
 

As duas faces da vingança

 
A vingança tem um lado positivo, que é despertar a necessidade de mudança, de ação. Ou seja, quando nos sentimos ofendidos, o nosso instinto de sobrevivência dá o alerta e nos mobiliza a reagir. Isso nos motiva a tomar uma atitude e sair do estado passivo da tristeza, o que é muito bom.
 
No entanto, quando exagerado, o desejo de se vingar pode impedir a capacidade de raciocínio e levar a ações totalmente descabidas. “Por isso, é muito importante identificar se esse sentimento nos faz ser uma pessoa melhor (seja para se cuidar mais, seja para fazer um curso e investir na carreira, por exemplo) ou se tem como objetivo provocar danos a alguém, o que trará consequências ruins para ambas as partes. Neste último caso, procure se livrar desse pensamento”, alerta Marisa.
 
Esse sentimento pode até mesmo fazer mal à saúde: o cortisol liberado em situações de estresse reduz as defesas do organismo, uma vez que provoca a baixa imunológica e, assim, deixa o corpo mais suscetível a doenças. “Por isso, é muito importante canalizar suas frustrações e tristezas em algo benéfico para sua vida”, orienta Marisa.
 

Transforme a vingança em algo positivo! Veja as dicas:

 
Autoconfiança: o segredo das pessoas realizadas– “Procure reconstruir a imagem daquele que o agrediu. Tente entender como e por que ele agiu de determinada forma. Muitas vezes, quando percebemos a fragilidade no outro (se de fato houver), nossa raiva diminui. Por exemplo, você pode ficar bravo quando alguém pisa no seu pé dentro do ônibus, mas, ao olhar para a pessoa e notar que o veículo está lotado e que não há sequer onde se apoiar, a dor no dedão do pé se torna mais suportável”, ensina a psicóloga.
 
– Pratique o perdão da maneira mais racional possível. “Não devemos fazer de conta que nada aconteceu nem desmerecer a própria dor. Perdoar é entender que não se pode mudar o passado, ou seja, não é esquecer e levar seu agressor para almoçar em casa, mas, sim, parar de pensar tanto nele e focar nas coisas boas que você pode fazer a si próprio”, explica Marisa.
 
– Aprenda com as experiências vividas. Analise os fatos para não cair mais em armadilhas que possam te levar a situações parecidas com as que já lhe fizeram sofrer. Seu amigo roubou sua cara-metade? Fique mais atento na hora de escolher suas amizades e seus amores!
 
– Trace planos de reconstrução: invista na sua autoconfiança, fortaleça sua autoestima em todos os aspectos, pratique umesporte prazeroso, cuide de sua aparência, sinta-se bem e feliz!
 
– Encare os “nãos” que a vida lhe oferece como uma oportunidade de crescimento. Procure alternativas para fazer dessa frustração um recomeço. Com certeza, você se sentirá mais fortalecido depois dessa experiência. Se alguém foi desonesto e te prejudicou no trabalho, dê a volta por cima e faça cursos extras que melhorem seu currículo, invista na sua realização pessoal!
 
E você, o que pensa a respeito? O ditado “Olho por olho, dente por dente” está certo? Ou o perdão é o melhor caminho para reencontrar a paz e a felicidade? Compartilhe com a gente a sua opinião!

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